🍸🍟 Fitz & Fries: sobre personalidades icônicas
007 - Benjamin Franklin, Anna Wintour e um bueiro 💖
Bom diaaa Fitz&Friers🍸🍟,
Feliiiz quarta! 🌸🌼🌻🩷🦋💜⚡
e relembrando: on wednesdays, we read fitz&friesss!! 🍸🍟
🌹🩷Nessa edição eu tomei a liberdade de mudar um pouco. Ao invés de escrever sobre uma personalidade icônica + Q&A + histórias de amor, eu resolvi tirar o Q&A dessa semana para escrever sobre duas personalidades marcantes.
🌻 Eu sei que ontem eu perguntei para vocês se eu deveria escrever sobre o Benjamin Franklin ou sobre a Anna Wintour, mas eu realmente vejo duas personalidades fortes que podemos aprender e MUITO com ambos. Então, why not. 🦋
🍿Além disso, a história de amor da semana está espetacular. Juro!!! Se preparem e separem a pipoca de vocês!! 🍿
(ah, meu insta: @isabela.mac e meu tiktok: @isabela_mac)
Agora vamos ao que interessa: nossas pílulas Fitz & Fries! 🍸🍟
O que podemos aprender com Benjamin Franklin sobre uma vida virtuosa?
Se há um personagem que parece ter saído direto de um romance de aventuras, ele atende pelo nome de Benjamin Franklin. Escritor, diplomata, inventor, filósofo, cientista. Praticamente um homem renascentista plantado no século XVIII.
🇺🇸Ele ajudou a escrever a independência americana, descobriu que o raio era eletricidade, construiu bibliotecas públicas, fundou universidades, inventou o para-raios, criou o conceito de poupança e, no meio disso tudo, ainda arranjou tempo para tocar harpa e fazer política internacional em Paris.
📚Ele nasceu em 1706, o décimo quinto filho de um fabricante de velas em Boston. Aos dez anos saiu da escola por motivos financeiros e foi varrido para a gráfica do irmão, onde descobriu que podia editar panfletos.
📝Autodidata voraz (AMAMOS), treinava redação copiando os argumentos do jornal britânico The Spectator: primeiro resumia as ideias, depois deixava o texto “descansar” e, por fim, reescrevia tudo de memória, só para comparar erros e acertos. Admito que eu tenho vontade de fazer o mesmo depois que li sobre isso.
✒️Aos vinte e poucos, já em Filadélfia, ele criou a persona Silence Dogood e escrevia crônicas sobre costumes (olha só se não tem similaridade com etiqueta💅) e política. O público amou; o irmão editor odiou.
🗽Resultado: Ben fugiu de barco para Nova York e depois Londres, onde trabalhou em gráficas bebendo apenas água (enquanto amigos, cerveja) e colecionou a lição número um da sua ética: independência exige sobriedade. De álcool, de vaidade, de desculpas.
Ta, mas e a parte da vida virtuosa?
De volta à América, resolveu formalizar seus valores e listou as famosas 13 virtudes:
Temperança: comer sem se empanturrar, beber sem se embriagar. 🍷
Silêncio: falar apenas o que for útil ou benéfico, evitando fofocas ou conversas triviais.😶
Ordem: dar a cada coisa o seu lugar e a cada tarefa o seu momento.🦁
Resolução: cumprir sem hesitar tudo aquilo que se comprometer a fazer.📝
Frugalidade: não desperdiçar recursos, gastando apenas para promover o bem próprio ou alheio.💎
Indústria: evitar a ociosidade, empregando o tempo em ações úteis.🪶
Sinceridade: ser honesto e genuíno, sem enganar nem a si mesmo, nem aos outros.💝
Justiça: não prejudicar ninguém e fazer questão de cumprir seus deveres para com o próximo.⚖️
Moderação: evitar os extremos e as paixões desmedidas.🤓
Limpeza: cuidar da higiene pessoal, das roupas e dos ambientes.🧼
Tranquilidade: não se deixar abalar por pequenas contrariedades ou acidentes inevitáveis.🧘♀️
Castidade: usar a energia sexual de modo responsável, sem prejudicar a si ou aos outros.🎩
Humildade: inspirar-se em Jesus e Sócrates para manter viva a consciência de nossas limitações. 😌
Escreveu as treze em uma lista e fez uma tabela ao lado de cada (claramente precisava de excel na vida dele).
Cada semana focava em aperfeiçoar apenas uma das virtudes, marcando com um pontinho preto os deslizes. Terminava o ciclo de treze semanas, recomeçava do zero. Nunca “zerou” a tabela, inclusive admitiu isso sem receios, mas garantiu que o esforço o tornou “um homem muito melhor do que seria se não tivesse tentado”.
🎩 Aí mora o segredo: a busca pela perfeição não se justifica pelo resultado e sim pelo caminho disciplinado que ela obriga a trilhar.
Enquanto domesticava o caráter, Franklin não dispensava a graça da curiosidade.
📚Construiu para-raios, descobriu correntes oceânicas, desenhou fogões mais eficientes, inventou o óculos bifocal e, de quebra, fundou a primeira assinatura de biblioteca pública, o primeiro hospital da Filadélfia e um clube de debates chamado Junto, onde jovens “gente boa e ambiciosos” trocavam ensaios trimestrais.
É nisso que ele prova a segunda lição: virtude floresce melhor em comunhão. Rodear-se de pessoas críticas, mas benevolentes, eleva o padrão coletivo. Sabe aquele vídeo que disse que somos a média das 7 pessoas que mais convivemos? É isso.
💝 Usava fofocas (sim, fofocaaas) a seu favor.
Sabia que havia um espião britânico na própria equipe e, em vez de caçá-lo, alimentava-o com recados talhados para pressionar Londres. A terceira lição, portanto, soa quase maquiavélica, porém luminosa: humor e jogo de cintura podem ser instrumentos éticos quando colocados a serviço de um bem maior.
Em 1790, aos 84 anos, tomou a própria morte com naturalidade: pediu que arrumassem a cama “para que pudesse morrer decentemente” e, quando a filha insinuou que talvez ele se recuperasse, respondeu sereno: “Espero que não”.
Deixou, além dos experimentos e tratados, esse testamento tácito: uma vida virtuosa não é uma vida sisuda; é uma vida bem-humorada, consciente e útil. É o oposto da rigidez: exige flexibilidade para ajustar o desenho do caráter tantas vezes quanto o encarte do almanaque saía da prensa.
💭E o que fazemos nós, Fitz & Friers, com esse legado? 💭
Podemos começar escolhendo uma virtude-âncora. Digamos que ordem. E passar sete dias marcando pontinhos no nosso celular. Na semana seguinte, avançamos para frugalidade sem largar a ordem, e assim por diante.
Não precisamos fundar um novo clube, mas podemos reunir dois ou três amigas num jantar mensal para trocar aprendizados. 👸 Aliás, girls night da virtude seria O MÁXIMO. 👸
Franklin nunca deixou de experimentar, de rir de si mesmo e de submeter convicções ao crivo da realidade. Se há algo que ele nos ensina sobre uma vida virtuosa, é isto:
Virtude não é estátua. É obra em construção, erguida com tijolos de disciplina e argamassa de leveza.
🏹 "Great men are not born great, they grow great.”
“Grandes homens não nascem grandes, eles se tornam grandes.”🏹
— Vito Corleone, O Poderoso Chefão
Anna Wintour, a mecena do século XXI 👑👸
Se existisse uma corte renascentista no século XXI, Anna Wintour seria a rainha absoluta, ou uma belíssima Medici, mas agora está prestes a deixar o trono. 👑
Depois de 36 anos comandando a Vogue americana, Anna anunciou sua saída do cargo de editora-chefe, e como boa amante das artes e da moda, não dava para deixar passar essa notícia histórica. 👠
👩🎨Assim como Lorenzo de Medici bancava artistas e influenciava todo o imaginário do Renascimento, Anna se tornou a grande mecenas da moda contemporânea.
Foi ela quem bancou, e defendeu com unhas e dentes, nomes como John Galliano, Marc Jacobs e Alexander McQueen, todos jovens talentos que carregavam um traço de genialidade e de polêmica.
👒 Galliano, por exemplo, vivia à beira da falência em Londres quando Anna orquestrou uma rede de investidores para viabilizar sua coleção e recolocá-lo no radar das grandes maisons.
👜 Marc Jacobs havia sido demitido de sua própria marca após uma coleção à frente do tempo (grunge na passarela nos anos 90 era um escândalo para a época).
E foi Anna quem ajudou a reposicionar sua imagem até ele chegar à Louis Vuitton e revolucionar o prêt-à-porter, quando lançou o monograma colorido (revolucionário para época)
🧥Alexander McQueen, iconoclasta e inquieto, também recebeu o apoio de Anna quando muitos o consideravam “difícil” ou “impossível de lidar”; ela enxergou ali a faísca criativa que mudaria a moda britânica para sempre.
Mais do que estampar esses estilistas em capas, Anna bancava, apresentava para investidores, fazia a ponte com patrocinadores e colocava seu prestígio em jogo. Um gesto típico dos Medicis, tão essencial no século XXI quanto no século XV.
👑Sob seu reinado, a Vogue deixou de ser um simples catálogo de roupas e se transformou num documento cultural que refletia, e muitas vezes previa, debates sobre poder, representatividade, corpo e arte.
Ela acreditava que a moda precisava ser levada a sério (eu também por sinal🫀), e usou seu cargo para fazer essa mensagem chegar ao mundo todo.
Seus óculos escuros, usados até dentro de ambientes fechados, não eram apenas estilo: funcionavam como escudo psicológico.
🕶️Ela mesma já explicou que gosta de manter as emoções protegidas, pois seu trabalho exige decisões duras e rápidas, quase como os grandes mecenas renascentistas, que precisavam projetar força e mistério para sustentar seu império artístico.
💝Sem contar que ela não queria contaminar a primeira impressão das pessoas durante os desfiles, pois sabia que todo mundo eventualmente olharia as reações dela. (Aliás, ela é a única que eu passo pano para usar óculos em locais internos, dado as regras de etiqueta)❌
A notícia de sua saída gerou impacto global porque Anna Wintour não é apenas uma editora. Ela se tornou um símbolo.
Sua presença definiu décadas de tendências, ditou o que seria relevante e ajudou a escrever a história da moda de uma forma que ninguém mais talvez consiga replicar.
👩🎨Se Leonardo, Michelangelo e Rafael vivessem hoje, muito provavelmente teriam passado pela sala dela para mostrar o portfólio.
Porque, no fundo, a moda, como a arte, precisa de gente que acredite, invista, banque e conte suas histórias para o mundo. E poucos fizeram isso tão bem quanto Anna Wintour.
🥊WINTOUR x FRANKLIN🥊
Se Benjamin Franklin e Anna Wintour parecem opostos; ele, um polímata do século XVIII; ela, a editora que ditou a moda por três décadas, basta olhar de perto para descobrir um mesmo manual de grandeza.
💝Franklin planejou a si próprio: enumerou 13 virtudes, dedicou uma semana a cada uma e recomeçou o ciclo pelo resto da vida. Wintour também se construiu: transformou óculos escuros e franja precisa em uniforme de poder e manteve uma rotina imutável de acordar às cinco da manhã, jogar tênis diariamente, reuniões milimetradas e controle absoluto sobre cada edição da Vogue.
🏹Ambos abraçaram o papel de mecenas. Franklin fundou bibliotecas, hospitais e a primeira universidade pública da Filadélfia, porque apostava que conhecimento compartilhado eleva uma comunidade inteira.
Wintour fez o mesmo com talento criativo: financiou e protegeu Alexander McQueen, John Galliano e Marc Jacobs quando ainda eram meras promessas.
🎩Disciplina e diplomacia completam o quadro.🎩
Franklin seduziu a corte francesa com humor e intelecto para garantir apoio à independência americana.
Wintour navega diariamente um mar de egos, contratos e tendências, mantendo a elegância como escudo e alavanca de negociação.
🗣️A lição comum é óbvia:
reputação é obra de autoria própria,
influência nasce da soma de rigor pessoal,
aposta em novos talentos,
ousadia calculada,
negociação silenciosa.
Criar a si mesmo, seja com pipa em tempestade ou capa de revista, continua sendo a arte mais decisiva de todas. So let's build ourselves.
💌Histórias de amor compartilhadas por vocês!💌
Gente, não está escrito o quanto eu amei essa história. Vale a pena ler tudo até o final e garantir uma boa quarta de risada e amor! (garanto que o gif escolhido fará sentido!)
🕳️"Encontrei meu amor no fundo do poço”🕳️
💃“O ano era 2019 e a verdade é que eu estava muito bem solteira, obrigada. Me dedicava fielmente à nobre arte de sair, dançar, viajar, viver e, sobretudo, não me apaixonar.
Até que, num daqueles dias em que a preguiça vence fácil, um primo me arrastou para uma festa na casa de outro primo. “Pelo amor de Deus, vai. As festas dele nunca dão ninguém.” E lá fui eu, movida mais por pena do que por animação.
🪩Cheguei e, para minha surpresa (e irritação), a festa estava lotada. 🪩Respirei fundo, aceitei um shot de boas-vindas e pensei “já que estou aqui, que venham as histórias”.
Foi no meio de uma dessas rodinhas aleatórias, onde eu jurava que só gastaria meu carisma, que ele apareceu. O Henrique.💘
A princípio, só mais um dos caras ali, até que, um a um, os outros foram se dispersando… e ficamos só nós dois.
Conversa boa, risadas, aquele sotaque carioca que frisava o “s” do meu nome e aquela química sutil. (Bela: como alguém que namora um carioca - hello Antonio - eu entendo essa observação do “s”)
Descobrimos que tínhamos a mesma idade, a mesma profissão (inclusive estudamos na mesma faculdade, na mesma época e nunca havíamos nos visto antes). Além disso, descobrimos que no dia seguinte, iríamos ao mesmo show.
Troca de redes sociais, aquele sorriso meio tímido, meio curioso… e fim de cena.
💘Na noite do show, o roteiro quis dar emoção: lugar no meio do nada, sem sinal de internet, multidão esmagadora. Eu até tentei encontrá-lo, mas aceitei que não ia acontecer. Até que, na fila do bar, lá estava ele. Como se aquele encontro já tivesse marcado na nossa história. 💘
🪩O show terminou, e aceitei que ele me levasse em casa. Foi quando, atravessando a rua, no finzinho da noite, que o universo decidiu colocar um plot inesperado nessa história. (Bela: como eu AMO um plot twist!!!!)
Enquanto ele seguia à frente, prestes a abrir a porta, eu distraída, dois passos atrás, simplesmente… sumo.
🕳️Porque, veja bem, eu caí. E não foi um tropeço, nem um escorregão elegante. Foi dentro de um bueiro. Isso mesmo: minhas pernas foram, e só meu tronco ficou de fora, enquanto eu, atônita, tentava processar o que havia acontecido.
Ele olhou para trás, não me viu… até que, ao baixar o olhar, me encontrou... literalmente no chão, presa dentro de um bueiro. (Bela: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)
O que eu poderia fazer numa situação dessas além de rir de mim mesma? E foi isso que eu fiz, ri tanto que ele levou alguns bons minutos pra conseguir me tirar de lá.
🕳️Então, ele me carregou até o carro e, naquele exato momento, eu só pensava: “Pronto. Se existia alguma chance disso ter futuro, ela foi embora… pelo ralo, ou melhor, bueiro.” (Bela: HAHAHA eu to morrendoooooo!!!! )
Mas não. Na verdade, foi ali que tudo começou. Ele me escreveu no dia seguinte, se preocupou, cuidou, e nunca mais me deixou “cair”. (Bela: 🩷!!!! )
Nos apaixonamos. Namoramos. Casamos. E ano passado nasceu o fruto dessa…posso chamar de comédia romântica? Nossa doce e bela Catarina. (Bela: Que amooooooor!! Eu já estou imaginando ela contando essa história para as amigas do futuro - como os pais dela se conheceram)
E hoje, eu posso dizer com toda certeza: às vezes, o amor não cai do céu. Cai do chão mesmo.
Ah, a foto do bueiro:
— Yasmin B.
Bela: eu simplesmente estou no chão de tanto rir e AMARRRR essa história!!! Prova que quando é para ser, nem um bueiro atrapalha.
Aliás, se quiser mandar uma história de amor ou um perrengue amoroso, me mande por aqui. Tudo ficará anônimo.
🧠 2x 1 livro, 1 podcast
📕 Livro: O Almanaque de Naval Ravikant
💭Inspirado no Ben Frank., esse livro condesa, em formato de guia prático, as principais ideias do investidor sobre como construir riqueza e cultivar felicidade duradoura. Quase como um guia de uma vida virtuosa.
🎧Podcast: Acquired - LVMH
💕Agora inspirado na Anna Wintour, esse podcast é MUST.
É um dos meus podcasts favoritos. Longos, não espere episódio menor que 2 horas e meia, mas vale cada segundo.
🌟O episódio narra como Bernard Arnault transformou um pequeno investimento em um império de luxo global, misturando aquisições ousadas, inovações de modelo de negócios e histórias fascinantes do mundo da moda e celebridades.✨
That's all folks!
Podem mandar histórias legais, nomes de pessoas que vocês admiram, e feedbacks nesse email: fitzandfries@gmail.com. E se quiserem compartilhar esse post, agradeço imensamente!
É isso,
Beijinhos e nos vemos na próxima edição de Fitz & Fries,
Bela 🐞
Eu simplesmente adoro que para mim quarta-feira mudou de “quarta-feira usamos rosa” para “quarta-feira eu leio Fitz & Fries”
✨ Franklin tinha uma tabela de virtudes; Wintour, uma rotina impenetrável e óculos de armadura. No fundo, os dois sabiam: viver com intenção exige método, mas também senso de humor. Adorei esse convite a tratar a vida como obra em progresso, com um pouco de disciplina, mas também bastante beleza entre as falhas. Obrigada por entregar, toda semana, textos que são como bússolas com brilho — lúcidos, femininos e sempre acima da média 🤍